domingo, 30 de maio de 2010

Mural ainda tem lugar na biblioteca

Mesmo que a biblioteca use todos os recursos de Internet, redes sociais e e-mail marketing, não pode prescindir dos velhos recursos de comunicação, dando uma “repaginada” neles.
Mural, por exemplo, é bom, bonito e barato. Ele pode parecer anacrônico, mas não é.
O mural é um instrumento eficiente de comunicação, desde que obedecidas algumas regras básicas:

1. Mural que não se atualiza, se desmoraliza.

As matérias têm que ter um prazo para ficarem expostas. Matérias que passam tempo excessivo nos quadros geram desinteresse. Matérias referentes a eventos vencidos, especialmente, tiram o crédito do mural.

Deve haver sempre matérias novas em exibição. Primeiro, para criar o hábito de leitura do quadro e, a seguir, para manter este interesse.


2. A afixação de matérias deve obedecer a uma diagramação.

A diagramação depende muito do gosto individual, mas‚ preciso lembrar que alguns fatores têm importância fundamental na aparência final do quadro.


a) Cada matéria com seu espaço. Não pregar uma matéria por cima da outra, para aproveitar os percevejos.

b) A matéria deve ser afixada pelos quatro cantos;

c) A moldura básica é dada pelo fundo de feltro do mural. É aconselhável usar passepartout colorido para cada matéria, para alegrar o quadro e marcar mudanças de matéria. Não afixar as matérias junto à moldura de madeira. Deixar sempre uma margem, que vai depender da disponibilidade de espaço no quadro.

d) Especialmente: Não deixar jamais as matérias ultrapassarem a moldura de madeira.


Sou fã ardorosa de mural porque sei que funciona. Mural é realmente bom, bonito e barato. Você vai experimentar, não vai?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vim aqui apenas pra dizer do que aprendi

Quero aprender a usar um blog. E pensei que para ter bastante assunto poderia fazer relatos sobre minha experiência pessoal com a aplicação de marketing em serviços de informação. Não para dizer o que eu fiz individualmente, mas para dizer o que presenciei, o que vivi com nossa equipe no CIN (Centro de Informações Nucleares da CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear), e o que vi ser feito em outros lugares e que deu certo. Espero abordar os aspectos mais aplicáveis à realidade das bibliotecas, como pesquisas de opinião, criação de novos produtos, comunicação e promoção.


Meu interesse por marketing surgiu na década de 80, quando fiz cursos na Fundação Getúlio Vargas (RJ). Posteriormente fiz cursos específicos de marketing para Biblioteconomia com Amélia Silveira, da UFSC. A partir desta época, a equipe do CIN da CNEN, da qual eu fazia parte, desenvolveu uma cultura avançada de marketing aplicado aos serviços de informação, que quero explorar em detalhe em textos curtos e independentes. Outras pessoas da equipe também fizeram cursos de marketing. Aplicávamos a teoria, fazíamos crítica da prática e íamos avançando como grupo. Em fase posterior, participei ativamente das discussões com Sueli Angélica do Amaral e com Luis Fernando Sayão, quando estavam elaborando suas teses de doutorado, baseadas no funcionamento do marketing no CIN. Fui passando nossos conhecimentos para muitas turmas de bibliotecários, no país todo, em cursos curtos. De cada turma, recebia mais feedback e ia consolidando algumas práicas e abandonando outras. No exterior, apresentei módulos de marketing em cursos de treinamento do INIS – International Nuclear Information System no Chile, Colômbia, Paraguai e Índia. Terminei minha carreira profissional atuando no setor de marketing do INIS da AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica, órgão das Nações Unidas, com sede em Viena. E, por último, depois de aposentada, tenho dado um apoio à APCIS/RJ em seu programa de divulgação, usando quase sempre recursos da Internet.


Gosto de ler sobre a teoria da área. Também gosto de analisar as aplicações feitas por outros. Li e fichei dezenas de artigos ao longo de quase vinte anos, mas escrever, nada. Apesar da insistência de alguns colegas, nunca cheguei a elaborar nenhum texto para publicação. Até tentava, mas não encontrava o tom certo e desistia. Meu uso recorrente a exemplos práticos do momento e frases de efeito como “Quem põe ovo tem que cacarejar”, “no mundo nada se cria, tudo se copia”, “ pesquisa de opinião é barriga no balcão” que ficavam na cabeça dos que ouviam, levava a mensagem correta que eu queria que gravassem, mas destoava dos esquemas sérios das revistas técnicas. Agora pode ser que saia, afinal marketing é minha paixão e tenho tempo de sobra para registrar as experiências. Com o blog acho que vou me sentir mais livre, vou tentar com ele!